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Di Souza celebra a música popular no álbum “Boletim Vermelho”, unindo piseiro, rock mineiro e poesia urbana

Multiartista mineiro lança "Boletim Vermelho" e comemora dez anos de carreira, reafirmando sua força no cenário cultural brasileiro.

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Di Souza celebra a música popular no álbum “Boletim Vermelho”, unindo piseiro, rock mineiro e poesia urbana
Novo álbum “Boletim Vermelho” de Di Souza mistura piseiro, rock e poesia para valorizar o saber popular com humor e crítica. Imagem: Divulgação | Edição: Agência CSP

Di Souza, multi-instrumentista e um dos nomes mais criativos da música de Belo Horizonte, lança seu terceiro

Uma das vozes mais plurais e autênticas da música mineira. O multi-instrumentista e compositor belo-horizontino Di Souza, lançou seu terceiro álbum de estúdio: Boletim Vermelho. Fruto de cinco anos de criação, o disco reúne participações especiais de Samuel Rosa, Marcelo Dai e abertura de Nego Bispo, combinando crítica social, afeto e irreverência para valorizar o saber popular. que consolida sua trajetória de mais de uma década, misturando ritmos, linguagens e experiências de quem vive intensamente a cultura popular brasileira.

Os singles, “Seu Cachorro Tá na Rua“, abre os caminhos para o terceiro álbum solo do artista, enquanto “Pipoca e Sanduíche“, parceria com Samuel Rosa, celebra sua maturidade artística no disco “Boletim Vermelho“.

Novo álbum “Boletim Vermelho” de Di Souza mistura piseiro, rock e poesia para valorizar o saber popular com humor e crítica. Imagem: Divulgação | Edição: Agência CSP

“Boletim Vermelho”: humor crítico e o saber popular

Já na primeira faixa, o ouvinte encontra um encontro inusitado de funk com música caipira. O disco passeia pelo piseiro nordestino, pop, reggae, rock, carimbó e mais, sempre com a música popular como fio condutor.

O título do álbum já provoca: o “boletim vermelho” não é só sobre escola, mas sobre como a educação formal costuma excluir, ridicularizar e silenciar saberes periféricos. Em sua abertura, “Atualiza o Dicionário”, Di Souza questiona o padrão acadêmico e convoca o público a reconhecer a diversidade linguística e cultural que forma o Brasil.

Com versos bem-humorados e críticos, faixas como “Paranauê da Vida” homenageiam quem construiu o país sem diploma, apontando a centralidade do saber popular. Di Souza assume a persona do “pior aluno”, o repetente que floresceu nos projetos sociais, nas oficinas de música e no carnaval de rua.

“Seu Cachorro Tá na Rua”: piseiro poético para 2025

Abrindo os trabalhos de 2025, Di Souza lançou “Seu Cachorro Tá na Rua“, faixa que antecipa o clima de seu aguardado terceiro álbum solo. Com produção de Cotô (da banda Lamparina e a Primavera), a música une o ritmo nordestino do piseiro a uma narrativa romântica e melancólica — com a imagem do cachorro que vaga pela cidade como metáfora de um amor perdido.

Inspirado em artistas como João Gomes, Di Souza mostra versatilidade ao abraçar o estilo sem abrir mão de sua identidade poética e popular. A produção contemporânea renova seu som, aproximando-o de novas audiências sem perder o sotaque mineiro e a força da rua.

“Pipoca e Sanduíche”: Maturidade, humor e rock mineiro

Já em “Pipoca e Sanduíche”, faixa do disco “Boletim Vermelho”, Di Souza celebra dez anos desde o aclamado “Não Devo Nada pra Ninguém” (2015). Com participação especial de Samuel Rosa, a música atualiza sua sonoridade, incorporando o rock mineiro sem perder o lirismo lúdico e o humor afiado que marcam sua obra.

A presença de Samuel Rosa, ícone da música mineira, dá força simbólica ao trabalho, consolidando Di Souza como um dos nomes mais relevantes da cena local. A faixa prova que, mesmo mais maduro, o artista continua brincando com imagens e linguagens, reinventando-se sem perder a essência.

Além do palco: educação, carnaval e cultura popular

Mais do que compositor, Di Souza é arranjador, multi-instrumentista, diretor musical, maestro carnavalesco, professor de percussão, empreendedor e educador social. Sua atuação ultrapassa o show business e se ancora em um compromisso real com a cultura popular, a educação e o acesso à arte.

Em 2013, Di Souza fundou a metodologia Percussão Circular, um movimento alternativo de percussão popular. Com sede própria em BH, o projeto soma hoje mais de 400 alunos ativos e já formou mais de 5 mil batuqueiros, sendo a maior escola de musicalização da cidade.

Além de oficinas, o espaço realiza eventos e formações que unem técnica, consciência social e paixão pela música.

Seja na batucada de rua, nos discos ou nos palcos, sua música é celebração e denúncia — um convite para rir, pensar e dançar, tudo ao mesmo tempo. Em suas canções, o cotidiano se transforma em poesia popular, mantendo vivo o legado de suas várias referências.

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